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Angra do Heroísmo
História de Angra
Património Mundial
Publicada em
janeiro 26, 2012
Angra do Heroísmo
A reconstrução
450 anos após a sua fundação, as marcas da história continuavam visíveis em Angra do Heroísmo: no desenho renascentista das suas ruas, bem como nos seus edifícios com uma traça muito própria, de cantarias lisas ou emolduradas, sacadas de madeira com rótulas e aventais nas janelas de peito. Mas após o sismo de 1980, e perante a enorme destruição dos monumentos e das habitações, houve quem sugerisse que simplesmente se arrasasse a cidade e se construísse uma nova noutro local, ou quando muito, que se mantivessem as fachadas e se fizessem casas novas por detrás das antigas.
A Reconstrução
Horas depois do sismo já as máquinas das obras públicas trabalhavam nas ruas,tentando desimpedir os acessos e removendo escombros.
A prioridade eram as pessoas, o seu realojamento,a limpeza das ruas, a reconstrução das casas.
Três dias depois, foi formalmente constituído o Gabinete de Apoio à Reconstrução, liderado pelo Eng. Correia da Cunha, para apoiar na reconstrução de edifícios de carácter comum.
A sua filosofia era dar apoio à população na reconstrução das suas habitações, fornecendo materiais e orientação técnica, mas delegando nos proprietários a responsabilidade da mesma, o que veio a ser considerado um exemplo na tarefa de reconstrução de catástrofes.
A Direcção Regional dos Assuntos Culturais ficou encarregue da reconstrução de igrejas, palácios, solares, fortificações e edifícios seculares, exemplos de arquitectura religiosa, militar e civil que transformavam Angra numa cidade única.
Reedificar a cidade, e preservar o seu passado, era um desafio enorme e uma obsessão para os conhecedores da sua História, mas a generalidade da população não tinha grande sensibilidade para a preservação do património.
Homens empenhados levaram a peito a missão de resgatar, catalogar, escorar ou armazenar pedaços de azulejos, talhas douradas, brasões, telas, até pedaços de alvenaria. "Chamavam-lhes «loucos», e muitas vezes o trabalho era feito contra a própria vontade dos proprietários, com quem chegava a haver discussões aos gritos" diz Joel Neto em A Cidade dos Heróis.
Foi criada legislação especial, prevendo financiamentos a fundo perdido para os proprietários de casas classificadas, associações culturais e desportivas, impérios do Espírito Santo, igrejas da Diocese, capelas e ermidas privadas.
Lentamente, viu-se de novo a cidade a renascer, as igrejas da Sé, da Misericórdia, da Conceição..., o edifício dos Paços do Concelho, o obelisco a D. Pedro IV, os magníficos solares, conventos como o de S. Gonçalo, capelas e impérios, os fortes e até um hospital militar de valor histórico incalculável.
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