Publicada em
dezembro 07, 2015
Em 1439, o rei D. Afonso IV dá licença ao Infante D. Henrique para que mandasse povoar as sete ilhas dos Açores, nas quais Gonçalo Velho já teria lançado gado.(ver a Descoberta dos Açores).
Infante D. Henrique no Padrão dos Descobrimentos em Lisboa |
Quando da descoberta dos Açores, as ilhas foram doadas pela coroa ao Infante D. Henrique que por sua vez as doou à Ordem de Cristo da qual era mestre, ficando como Donatário das ilhas dos Açores.
Ao Donatário cabia a administração das ilhas. Estas eram divididas em capitanias onde o donatário se fazia representar pelos seus capitães - Capitães do Donatário.
A estes capitães do donatário cabia a administração local tendo por deveres: povoar as terras e reparti-las, entregar colonos, explorar economicamente o território assim como defendê-lo e manter a ordem aplicando a justiça (com excepção de penas de execução e talhamento de membros que pertenciam ao donatário). Serviam ainda de interlocutor entre as populações e o donatário, respondiam perante ele pelos seus actos e eram remunerados com o redízimo (10 por cento do dizimo que cabia ao donatário). Além da remuneração tinham o monopólio dos moinhos, do comércio de sal e dos fornos de cozedura de pão.
Gonçalo V. Cabral by Jlahorn |
O povoamento revelar-se-ia contudo muito difícil de concretizar pois haviam imensas ilhas a serem povoadas e as novas conquistas na costa Africana tornavam-se mais atraentes para os colonos.
Para incentivar o povoamento, em 1443 D. Afonso IV concede a isenção do pagamento da dízima e portagens "de todas as coisas que delas trouxerem ao reino" aos moradores e povoadores de Santa Maria.
Em 1447, os actuais e futuros moradores de S. Miguel são isentados da dízima de todos os produtos produzidos na ilha .
Apesar disso, passados dez anos do inicio do povoamento das ilhas de Santa Maria e São Miguel, estas encontravam-se pouquíssimo povoadas e o povoamento das outras ilhas estava comprometido.
O inicio do povoamento da ilha de Jesus Cristo (Terceira) é apontado para o ano de 1450 data da carta de doação da capitania ao flamengo Jacôme de Bruges.
1450 é também o ano apontado para o inicio do povoamento da Graciosa por "arraia miúda e escravos" . Ente 1475 e 1479 chega o navegador português Vasco Gil Sodré acompanhado da família e criados. Este teria pretendido obter o cargo de capitão do donatário da ilha mas este cargo foi atribuído a Pedro Correia da Cunha em 1485.
Embora povoada desde 1460, a capitania da ilha de São Jorge é cedida a João Vaz Corte Real em 1483.
Também em 1460 é atribuída a capitania da ilha de São Dinis (Pico) a Álvaro de Ornelas o qual após várias experiências de povoamento com gente do norte de portugal, nunca chega a tomar posse da ilha pelo que esta viria a ser incluída na capitania do Faial e 1482.
A ilha de S.Luis (Faial) crê-se ter sido povoada em 1465 por outro flamengo Joss de Hurtere a quem foi concedida a capitania em 1468.
Em 1475 a capitania das ilhas de São Tomás e Santa Iria (Flores e Corvo) é atribuída ao fidalgo português Fernão Teles de Menezes por venda dos seus direitos da parte de João de Teive, filho de Diogo de Teive seu descobridor em 1452 e capitão do donatário.
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