Etiquetas:
História dos Açores
II Guerra Mundial
Publicada em
março 12, 2015
Anos de 1942 e 1943
Os interesses ingleses nos Açores
A situação da Europa em 01 Janeiro 1942 (imagem daqui) |
A Grã-Bretanha e os EUA chamavam à zona dos Açores "Azores Gap", Black Hole" ou "Black Pit" por ser uma zona onde os submarinos alemães "U-boats" atacavam sistematicamente os comboios de navios aliados vindos dos Estados Unidos para a Europa e Norte de África.
Só nos primeiros cinco meses de 1943, os Aliados perderam 365 navios.
Os Açores apresentavam-se pois numa localização estratégica da máxima importância para ambas as facções em conflito. Com a Batalha do Atlântico, os Açores ganham enorme relevância para os Aliados na luta contra os "U-boats" do III Reich.
Logo no início de 1942, mais propriamente a 29 de Janeiro, Humberto Delgado parte para Londres com informações sobre as condições meteorológicas das ilhas açorianas. Essas informações levam os ingleses a desistir da intenção de utilizar hidro-aviões nas águas do arquipélago.
Assim, em Março, Vintras está de novo nos Açores desta vez para estudar o prolongamento da pista das Lajes, na ilha Terceira.
Esta pista passaria a chamar-se “Aeródromo das Lagens” por determinação de Salazar a 13 de Junho de 1942.
A 16 de Junho de 1943, o embaixador da Grã-Bretanha em Portugal, Sir Ronald Campbell comunica a Salazar que, na sua opinião e na do Governo Britânico e à luz da situação causada pelo avanço dos aliados, o perigo de uma invasão alemã da Península estava ultrapassado.
Esta pista passaria a chamar-se “Aeródromo das Lagens” por determinação de Salazar a 13 de Junho de 1942.
A 16 de Junho de 1943, o embaixador da Grã-Bretanha em Portugal, Sir Ronald Campbell comunica a Salazar que, na sua opinião e na do Governo Britânico e à luz da situação causada pelo avanço dos aliados, o perigo de uma invasão alemã da Península estava ultrapassado.
Solicita, invocando a Aliança Luso-Britânica, uma colaboração mais directa de Portugal no esforço de guerra inglês, ao permitir o uso de facilidades nas ilhas portuguesas do Atlântico, para o emprego de aviões e navios de superfície.
Salazar cede. Sente-se na obrigação de cumprir as cláusulas da velha aliança e apercebe-se que chegara aos limites da resistência embora uma quebra da neutralidade portuguesa pudesse acarretar sérias consequências.
1940 Angra do Heroísmo (foto daqui) |
A 5 de Julho tem lugar a primeira reunião com a delegação britânica, onde se especificam os pontos do pedido inglês:
1. Uso livre do porto de Angra.
2. Acomodações para pessoal da Royal Navy: 135 homens em Ponta Delgada, Angra e Horta.
3. Armazenagem em Ponta Delgada de cerca de 1000 cargas de profundidade, munições diversas e mantimentos.
4. Facilidades para a actuação de quatro traineiras equipadas para a luta anti-submarina desde Ponta Delgada e de quatro caça-minas e traineiras desde a Horta.
5. Facilidades para a actuação de um ou mais rebocadores de alto mar desde Ponta Delgada e/ou Horta.
6. Instalação de postos de comunicações.
7. Utilização das pistas das Lajes e de Rabo de Peixe.
8. Facilidades para o reabastecimento de hidro-aviões em Ponta Delgada e na Horta.
1940 Ponta Delgada (foto daqui) |
Salazar acede mas reclama algumas garantias para Portugal:
a) compromisso assumido pelo Governo Britânico de prestar ao Governo português todo o apoio e auxílio militar no caso de ataque;
b) compromisso da elaboração de um plano de cooperação britânica na defesa de Portugal, para o que uma delegação portuguesa seria imediatamente enviada para o Reino Unido;
c) fornecimento de material de guerra e de pessoal técnico.
d) protecção aos navios mercantes portugueses e a revisão dos acordos comercial e fornecimentos-compras e facilidades de transportes, destinadas a resolver as dificuldades do nosso abastecimento público, designadamente de alimentação e combustível.
No dia 04 de Agosto de 1942, as Forças de Aeronáutica nos Açores passam a constituir a Base Aérea N.°4, no Aeródromo de Santana em S. Miguel, e a Base Aérea N.° 5, no Aeródromo das Lagens na Terceira.
Finalmente a 17 de Agosto de 1943 firma-se o acordo com a Inglaterra, onde era concedida à Grã-Bretanha o uso de facilidades nos Açores, nomeadamente a utilização da base das Lajes, de uma base de emergência em Rabo de Peixe e do acesso aos portos de Angra, Ponta Delgada e Horta.
A data fixada para a entrada em vigor do mesmo, seria a de 8 de Outubro do mesmo ano.
Portugal recebe em troca, entre outro material, seis esquadrilhas de aviões de caça Hurricane.
Portugal recebe em troca, entre outro material, seis esquadrilhas de aviões de caça Hurricane.
A defesa dos Açores ficava da responsabilidade de Portugal, à excepção das imediações da base das Lajes.
Poucos dias antes da entrada em vigor do acordo todos os cidadãos dos países do Eixo foram retirados dos Açores.
A 1 de Outubro de 1943 deu-se inicio à chamada operação "Alamity". Um comboio de navios da Marinha Inglesa parte de Liverpool com destino à Ilha Terceira nos Açores. É constituído pelo navio de transporte "Franconia" com 3000 homens do Exército, Armada e Força Aérea, escoltado pelos "destroyers" HMS Volunteer, Whitehall e Havelock acompanhados pelo porta aviões HMS FENCER e os "destroyers" HMS Inconstant, Viscount, Wrestller, Burza e Garland.
A cedência das bases foi oficialmente anunciada em Londres e Lisboa a 12 de Outubro de 1943.
A Royal Air Force (RAF) passa a designar o campo das Lajes como RAF Station Lajes.
A Royal Air Force (RAF) passa a designar o campo das Lajes como RAF Station Lajes.
(1943), "Salazar discursando na Assembleia Nacional", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_114559 (2015-3-12) |
A 26 de Novembro de 1943, Salazar discursa na Assembleia Nacional sobre o acordo com Inglaterra.
(anterior)
0 comentários:
Enviar um comentário