Castelo dos Moinhos

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O Castelo de S.Luis, de S. Cristóvão, dos Moinhos


O cimo do outeiro, um local estrategicamente privilegiado, terá sido escolhido como espaço de abrigo e de vigia. A data do inicio das obras do castelo não é conhecida no entanto, sabe-se que D. Beatriz terá enviado à ilha Pedro Annes Rebello como provedor das fortificações por volta do ano da divisão da ilha em duas capitanias ou seja 1474. Em resultado desta visita ter-se-á decidido fazer o castelo de Angra garantindo a defesa dos seus moradores e "(...) deixando-se a costa aberta ao inimigo por falta de gente e de outros meios(...)" DRUMMOND, Francisco Ferreira - Anais da Ilha Terceira - Vol.I.

O castelo nos primeiros anos da sua fundação, além das funções de guarnição de tropas e de defesa, terá servido como habitação do capitão, câmara e tribunal, por falta de outras instalações.

Do Castelo dos Moinhos, o que se sabe em concreto é que estaria concluído em 1495, data em que por carta de 19 de maio, o Rei D. Manuel que, na altura como Duque de Viseu exercia o Grão-mestrado da ordem de Cristo, nomeou como seu Alcaide mor, João Vaz Corte Real.

Nos finais do séc XVI, o castelo teria sido renovado e fortificado e possivelmente terá sido desta altura a construção do quinto baluarte mais baixo e mais largo que os quatro outros já existentes.

"(...) Está esta cidade situada ao modo circular, quase redonda, em um baixo vale e nos outeiros que a cercam, em um dos quais, mais alto da banda do norte, está como amparo dela um forte castelo com munições e artilharia, novamente renovado e provido, sendo dantes mais fraco, edificado somente pera recolhimento e defensão dos moradores dela no tempo das guerras de Portugal com Castela,(...)"
DRUMMOND, Francisco Ferreira - Anais da Ilha Terceira - Vol.I.

Com o tempo, e com a construção de outras fortificações o castelo vai perdendo importância e deixado ao abandono.
"(...) tempo foi veloz passando sua mão destruidora sobre estas pedras historicas, e o castello com vida de seculos decahio da sua primitiva construcção, assim como a sua caza de abobada, no cimo da qual estava uma pedra em forma de celindro, de sessenta polegadas de altura, que continha uma inscripção. Ainda assim já pouco fortificado elle servio na epoca da restauração de D. João IV. O cavalheiro Francisco de Carvalhal Borges aqui fez ponto de guarnição, e defeza contra os hespanhoes. Pelo terceiro quartel do seculo 17 chamava-se castello de S. Christovão, (...). Talvez se derivasse este nome do de D. Christovão de Moura, marquez de castello-Rodrigo, successor do 1.° donatario, e cujas armas foram insculpidas em uma columna na mesma fortaleza, quando'se ratificaram os seus muros. E' certo porem que depois outros documentos, e entre'estes a carta regia d'EI-Rel D. João VI de 8 de Janeiro de 1819 lhe chamou o forte de S. Luiz, titulo com que este velho castello cessou de existir, quando no dia 3 de março de 1845 o secretario da camara d'Angra disse em alta voz perante o inumeravel concurso que ali se reunio : «O sitio do antigo Castello de S. Luiz será d'ora em diante denominado — PRAÇA DE D. PEDRO iv. »
COSTA, Felix José - 1867 - ANGRA DO HEROÍSMO - ILHA TERCEIRA (AÇORES) - OS SEUS TITULOS,EDIFICIOS E ESTAEBELECIMENTOS PUBLICOS

Castelo dos Moinhos
detalhe da gravura de
 Jan Huygen van Linschoten



Em 1845 dá-se pois inicio à construção, no mesmo local, do monumento evocativo da passagem de D. Pedro IV pela Terceira, o Alto da Memória, e perdem-se os vestígios do castelo se bem que ainda não foi feita nenhuma investigação arqueológica ao local. A única imagem existente do castelo dos moinhos é a da imagem de Linschoten de 1595, onde aparece um castelo em forma quadrangular, típica dos castelos da época.








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