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Área Protegida
Faixa Vulcânica Fissural
Vulcanismo
Publicada em
agosto 19, 2012
Classificado como Monumento Natural Regional dadas as suas peculiaridades vulcanológicas, e importância em termos ambientais, o Algar do Carvão é a cavidade vulcânica mais conhecida dos Açores, e o único vulcão em todo o Mundo cujo interior é visitável!
Trata-se de uma chaminé vulcânica que não se encontra completamente obstruída:
a sua cratera, ou seja a "boca" do algar com dimensões de 17 x 27 metros, dá passagem a uma conduta vertical com cerca de 45 m de desnível, seguida de uma rampa, constituída por um depósito de gravidade, e de um novo desnível na vertical que termina numa lagoa a cerca de 80 metros de profundidade relativamente à boca do algar.
a sua cratera, ou seja a "boca" do algar com dimensões de 17 x 27 metros, dá passagem a uma conduta vertical com cerca de 45 m de desnível, seguida de uma rampa, constituída por um depósito de gravidade, e de um novo desnível na vertical que termina numa lagoa a cerca de 80 metros de profundidade relativamente à boca do algar.
A Origem
O Algar do Carvão teve a sua origem num processo muito raro a nível mundial e único nos Açores:
Neste local, existia um espesso manto de natureza traquítica (rico em silica, Si +/- 60%) resultante da actividade do vizinho vulcão do Pico Alto.
Mais tarde, há cerca de 3000 anos BP, iniciar-se-ia uma erupção vulcânica de natureza basáltica que daria origem a um vulcão estromboliano.
Numa primeira fase, a lava basáltica numa tentativa falhada de romper esse espesso manto traquítico, formou a zona da lagoa e as duas abóbadas que se encontram sobre a mesma. Posteriormente, numa nova tentativa, conseguiu romper mais ao lado a actual chaminé, emitiu escoadas lávicas basálticas muito fluídas que cobriram uma grande área em seu redor incluindo o fundo da Caldeira do Vulcão Guilherme Moniz, e formou um cone de material piroclástico, o Pico do Carvão.
Os derrames de lava muito efusiva, produziram rios de lava ácida muito fluidas que carbonizaram vegetação existente. A datação de um dos fósseis então formados, dá para o Algar do Carvão uma idade de 2148 ( + ou - 115 anos).
Na fase final da actividade eruptiva, o magma retrocedeu rapidamente para o interior das condutas mais profundas e da câmara magmática, deixando um vazio por baixo do manto traquítico, ou seja o algar propriamente dito.
Interesse geológico
Mais tarde, há cerca de 3000 anos BP, iniciar-se-ia uma erupção vulcânica de natureza basáltica que daria origem a um vulcão estromboliano.
Numa primeira fase, a lava basáltica numa tentativa falhada de romper esse espesso manto traquítico, formou a zona da lagoa e as duas abóbadas que se encontram sobre a mesma. Posteriormente, numa nova tentativa, conseguiu romper mais ao lado a actual chaminé, emitiu escoadas lávicas basálticas muito fluídas que cobriram uma grande área em seu redor incluindo o fundo da Caldeira do Vulcão Guilherme Moniz, e formou um cone de material piroclástico, o Pico do Carvão.
Os derrames de lava muito efusiva, produziram rios de lava ácida muito fluidas que carbonizaram vegetação existente. A datação de um dos fósseis então formados, dá para o Algar do Carvão uma idade de 2148 ( + ou - 115 anos).
Na fase final da actividade eruptiva, o magma retrocedeu rapidamente para o interior das condutas mais profundas e da câmara magmática, deixando um vazio por baixo do manto traquítico, ou seja o algar propriamente dito.
Interesse geológico
No interior do algar, além das já referidas abóbadas representativas das tentativas de saída da lava basáltica, podem-se ainda observar restos da "capa" basáltica que revestiu as paredes e que entretanto, por acção de fenómenos sísmicos e da gravidade foi desabando, deixando exposta a camada traquítica.
Noutros pontos, a parede é revestida por um material vítreo, negro e liso, característico da obsidiana, que se apresenta sob a forma de escorrimento lateral ou formando lâminas pendentes, e que representa o recuo da lava.
Outra característica única deste algar é a existência de estalactites e algumas estalagmites de sílica amorfa, de cor branca leitosa e veios férricos avermelhados produzindo alguns, por oxidação, depósitos de limonite.
Estas formações revestem uma parte importante dos tectos e das paredes, e têm origem na dissolução dos minerais férricos e de silica na água que se infiltra e escorre para o interior da cavidade.
Esta enorme diversidade mineralógica confere ao algar uma variedade de cores e tons impressionante.
Fauna e Flora
A área envolvente do Pico do Carvão apresenta uma vegetação natural do tipo floresta húmida macaronésica e zonas de turfeiras.
No primeiro troço da chaminé, mantém-se este tipo de vegetação com espécies arborescentes como o Azevinho (Ilex perado), a Urze (Erica azorica), o Loureiro (Laurus azorica) e a Uva-do-mato (Vaccinium cylindraceum), alguns fetos como o Blechnum spicant, Polypodium macaronesicum, Culcita macrocarpa e Elaphoglossum hirtum e diversos briófitos.
Segue-se outra zona um estrato herbáceo típico da floresta húmida açoriana, com Lysimachia azorica, Hedera helix, várias Carex, Leontodon rigens, Luzula purpureo-splendens e Prunella vulgaris. Novamente diversas espécies de musgos e hepáticas estão presentes.
Numa zona inferior temos apenas os fetos e alguns briófitos.
A biodiversidade vai baixando consideravelmente, e por último, na penumbra, restam apenas as algas e os bolores.
No total, o povoamento vegetal inclui 34 espécies diferentes de hepáticas, 22 de musgos e 27 de plantas vasculares (12 das quais são fetos).
Do ponto de vista da fauna, esta cavidade vulcânica alberga uma importante variedade de animais troglóbios, especializados à vida nas cavernas:
o escaravelho Trechus terceiranus , endémico da ilha Terceira;
a centopeia Lithobius obscurus azorae , endémica dos Açores
e variadas espécies de aranhas, também endémicas como:
Pode-se encontrar também uma fauna de insectos que, embora não troglóbia, prefere este tipo de habitat como é o caso do escaravelho Catops coracinus e o Mil-Pés ou Bicho carta (Blaniulus guttulatus).
É possível observar nesta área classificada a avifauna típica dos Açores, como é o caso do pardal (Passer domesticus), do melro-preto (Turdus merula azorensis) e do tentilhão (Fringilla coelebs).
Referências:
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