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Faixa Vulcânica Fissural
Vulcanismo
Publicada em
abril 28, 2012
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Nos últimos 20.000 anos, ocorreram mais de uma centena de erupções vulcânicas subaéreas na ilha Terceira, que ficaram registadas na sua paisagem. Tais erupções centraram-se nos vulcões de Santa Bárbara e do Pico Alto, ou ocorreram ao longo do sistema de fracturas que determina a Faixa Vulcânica Fissural. A história eruptiva deste sistema vulcânico tem sido dominada por erupções fissurais basálticas havaianas e estrombolianas. Nos últimos 10.000 anos ocorreram cerca de 12 erupções sendo a mais recente a erupção histórica de 1761.
A erupção de 1761 ficou conhecida como o "Vulcão dos Picos Gordos" mas, na realidade, ocorreram duas erupções, praticamente coincidentes no tempo, mas completamente distintas. As erupções foram precedidas pelo enfraquecimento da actividade nas Furnas do Enxofre, e por uma crise sismica apartir de 22 de Novembro do ano anterior, quando começaram grandes terramotos que continuaram até 14 de Abril.
No dia 17 de Abril de 1761, ocorreu a primeira erupção no flanco Este do Vulcão de Santa Bárbara, e deu origem a 3 domas traquíticos de rocha negra irregular, de arestas vivas, conhecidos por Mistérios Negros.
Zona da 2ª Erupção |
Pico Vermelho e Pico da Carreirinha |
Dias depois dessa primeira erupção, teve início uma segunda fase eruptiva um pouco mais para Leste, esta de natureza basáltica, no local do Mistério Velho, dando origem a vários cones de escórias, como o Pico Vermelho e o Pico do Fogo, e tendo-se desenvolvido três escoadas lávicas: a primeira rumo a oriente, com paragem num local designado de Chama; a segunda dirigiu-se para Ocidente, lançando uma propagação para Norte até ao Tamujal; e a terceira, a superior, deslocou-se para Norte, dividindo-se posteriormente em duas, uma das quais estagnou no Vimeiro e a outra foi dar ao Juncalinho, chegando mesmo a invadir os Biscoitos e a destruir algumas casas. Os cones de escórias resultantes desta erupção encontram-se desmantelados devido à extracção de inertes.
"(...) ali fez nova explosão em 21 de Abril, na distancia de uma légua do lugar dos Biscoitos, na ocasião, em que o povo ia em procissão com a coroa do Espírito Santo para o lugar do fogo...
A freguesia dos Biscoitos ficou deserta; porque todos abandonaram as suas casas, levando consigo o que puderam, e os párocos mudaram o Santíssimo Sacramento para a Igreja das Quatro Ribeiras.(...)
Ninguém pereceu; porque todos tiveram tempo de se porem a salvo. A corrente das lavas era assaz tranquila de forma, que, segundo ouvi contar às pessoas daquele tempo, andando o povo em procissão ao dela acontecia acenderem nelas as tochas, quando se apagavam. Nos primeiros tempos a água das fontes daqueles sítios junto ao mar tinha um ardor como o da malagueta»."
Referências:
Referências:
Francisco Ferreira Drummond, Anais da Ilha Terceira, vol. II, Angra do Heroísmo, 1856, pp. 288–290.
http://www.cm-ah.pt/angrosfera/icones-angra/serra-sta-barbara/apresentacao.html
http://bagosdeuva.blogspot.pt/2011/07/vestigios-de-casa-soterrada-pelas-lavas.html
http://bagosdeuva.blogspot.pt/2011/07/vestigios-de-casa-soterrada-pelas-lavas.html