FESTAS DO ESPÍRITO SANTO - Nos Açores #1

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Coroa do Espírito Santo
Coroa do Espírito Santo
Império dos Quatro Cantos
Angra do Heroísmo


A tradição da festa do Divino Espírito Santo no dia de Pentecostes, viria também nos porões das embarcações e nas almas das gentes que povoaram gradualmente as ilhas dos Açores. Os donatários, devotos e crentes do Divino Espírito Santo, trouxeram coroas e usaram-nas em cerimoniais idênticas àquela que acontecera na corte de D.Dinis e D. Isabel.

Durante o governo de Pedro Soares de Sousa, 2.º Capitão Donatário de Santa Maria, já se cumpriam os festejos do Espírito Santo, coroando o mais velho mendigo e abrindo as copeiras aos famintos de pão e de carne e a toda a população. Este costume foi sendo praticado nas várias ilhas onde se foram fixando, adaptando-se aos mais diversos tipos de povoamento e encontrando-se hoje algumas características diferenciadas de ilha para ilha assim como de povoação para povoação.

A devoção dos fidalgos pelo Espírito Santo passou ao povo e democratizou-se. Para levar a cabo esta enorme tarefa, as populações dos diversos lugares e freguesias associaram-se, cada qual entre si, e as suas festas do Espírito Santo em nada desmereciam as dos fidalgos.

A hierarquia da Igreja tentou controlar e assumir a liderança da festa do Pentecostes, mas a fé do povo ditou as suas normas e impôs expressá-la à sua maneira, comemorando com muita alegria em torno dos seus Impérios do Espírito Santo (ver).

Nas festas do Espírito Santo nos Açores, a partilha dos alimentos não só pelos mais necessitados, mas também pelos que estão mais próximos, amigos e vizinhos, têm um significado profundo. Realizadas de Abril a Junho, aos domingos, são acompanhadas de uma fé imensurável deste povo, tremendamente massacrado pelo isolamento, por fomes, intempéries, terramotos e vulcões, que assim arranjou maneira de agradecer e de invocar a protecção do Divino.


A vivência dos festejos do Espírito Santo entre os açorianos foi levada na bagagem cultural e religiosa daqueles que se viram obrigados a partir para terras tão distantes como o Canadá, os Estados Unidos, Brasil, que os receberam como imigrantes e onde hoje se encontram importantes comunidades açorianas. A devoção ao Espírito Santo continua muito viva nessas comunidades mantendo-se assim o símbolo que mais identifica e une a alma deste povo.






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FESTAS DO DIVINO ESPÍRITO SANTO - As Origens #3

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(continuação)


A Rainha Santa Isabel vestida com
o seu  hábito religioso e com uma
representação do milagre das rosas
D. Isabel de Aragão, rainha de Portugal consorte do Rei D. Dinis e popularmente conhecida como Rainha Santa, institui uma confraria, em Alenquer, a que chamaram Império, e no dia de Pentecostes do ano de 1296, foram convocados clero, nobreza e povo, a tomarem parte nas solenidades religiosas realizadas quando da sua inauguração.
Reza a história que um dos cidadãos mais pobres que assistia aos ofícios litúrgicos, realizados na capela real, foi convidado a ocupar o lugar do Rei, sobre o dossel da capela-mor, e foi-lhe colocada na cabeça a coroa real, enquanto, se entoava o hino Veni Creator Spiritus
Após a celebração da missa, e ainda investido das insígnias reais, foi-lhe oferecido um jantar, no Paço Real.

Foi bem acolhida pela corte esta cerimónia, visto os fidalgos quererem seguir o exemplo de humildade dos seus soberanos. Começaram assim, no dia de Pentecostes a realizar cerimónias idênticas às do Paço Real tendo, com autorização do Monarca, mandado fazer coroas semelhantes à coroa real, que tinham no centro um medalhão com os símbolos da Santíssima Trindade.

Passou então o País a assistir, nos séculos XIII e XIV pelo Pentecostes, a este cerimonial caritativo, levado a cabo principalmente pelas casas nobres e ricas. 

Mais tarde, seria o povo, reunido em Irmandades, a realizar por si estes festejos que eram terminados, à maneira da nobreza, com touradas e jogos.

A Festa dos Tabuleiros  em Tomar, que se realiza de quatro em quatro anos, é das poucas festas dedicadas ao Divino Espírito Santo realizadas no continente, mas são consideradas como a matriz destas celebrações, que depois se estenderam aos Açores e a outros territórios de expansão portuguesa. 


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FESTAS DO DIVINO ESPÍRITO SANTO - As Origens #2

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Segundo o calendário bíblico, era celebrada uma festa durante o festival judaico da colheita (que comemora a entrega dos Dez mandamentos escritos por Deus ao profeta Moisés no Monte Sinai, cinquenta dias depois do Êxodo), e que é referida com vários nomes:

Festa da Colheita ou Sega - onde se celebrava a colheita de grãos, trigo e cevada;
Festa das Semanas - que acontecia cinquenta dias depois da Páscoa, com a colheita da cevada; o encerramento acontecia com a colheita do trigo; 
Dia das Primícias dos Frutos - onde se faziam ofertas voluntárias, a Deus, dos primeiros frutos colhidos da terra;
Festa de Pentecostes - nome de origem grega cujo significado é cinquenta dias depois (da Páscoa), e que terá sido perpetuado apartir dos anos 330 a.C.


Diferenciando-se da Páscoa que era uma celebração familiar, a festa de Pentecostes (ou Colheita, ou Semanas), era celebrada nos  locais onde se cultivava o trigo, a cevada, e outros produtos agrícolas. A cerimónia começaria com o lançar da foice contra as espigas, seguindo-se uma peregrinação para o local de culto onde se reunia o povo com suas famílias, amigos e estrangeiros. No local da cerimónia, um feixe de trigo ou cevada era apresentado como oferta a Deus e todos se alimentavam de parte das ofertas trazidas pelos agricultores. Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados um período de solene alegria e acção de graças a Deus pela Sua protecção e cuidado, e onde se relembrava a libertação do povo judeu do Egipto e a obediência aos estatutos divinos.


Pentecostes
Vasco Fernandes
, 1853-1932


Para os cristāos, o  Pentecostes celebra a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos e é uma das celebrações importantes do calendário cristão. Segundo as Sagradas Escrituras, "após ter se cumprido o dia de Pentecostes, estavam os discípulos reunidos e de repente, veio do céu um som , como de vento veemente e impetuoso e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas línguas repartidas como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem".





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FESTAS DO DIVINO ESPÍRITO SANTO - As Origens #1

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Este ano, o Domingo de Pentecostes ( 50 dias após a Páscoa) celebra-se a 27 de Maio. 
É um dia de festa por todas as ilhas dos Açores, que celebram o culto ao Divino Espírito Santo, uma das manifestações culturais e religiosas mais antigas de Portugal.

Deusa Ceres
Machado de Castro

Segundo alguns investigadores,  as origens desta celebração encontram-se nas grandes festas que os  Romanos dedicavam  à deusa Ceres.

Em 496 a.C., os Romanos terão atravessado uma época de fome devastadora, pelo que terão adoptado a deusa grega Deméter, dando-lhe o nome de Ceres e consagrando-lhe um templo no monte Aventino em Roma.

Ceres, deusa da agricultura, é  muitas vezes representada segurando uma haste de cereal ou milho, algumas vezes com uma tocha, coroa ou cetro. Sagrados a ela eram as criações e os produtos agrícolas (com ênfase no milho), papoula, narciso e o grou.

A Cerealia ou Ludi Ceriales ("jogos de Ceres"), um dos festivais dedicados à Deusa, era celebrado de 12 a 19 de Abril e outro, o Ambarvalia, onde a deusa era personificada e celebrada por mulheres,  era iniciado em Maio.



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Gaivota de patas amarelas ou Ganhoa #2 (Larus michahellis michahellis)

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Áreas Protegidas da Ilha Terceira - Açores

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Áreas Protegidas

Áreas Protegidas da Ilha Terceira


A Rede Regional de Áreas Protegidas da Região Autónoma dos Açores concretiza, na Região, a classificação adoptada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) adaptando-a às particularidades geográficas, ambientais, culturais e político-administrativas do território do arquipélago dos Açores, sendo que neste parque estão contempladas as seguintes categorias:


Reserva Natural
(Categoria I - IUCN)

Monumento Natural
(Categoria III - IUCN)

Área Protegida para Gestão de Habitats ou Espécies
(Categoria IV - IUCN)

Área de Paisagem Protegida
(Categoria V - IUCN)

Área Protegida de Gestão de Recursos
(Categoria VI - IUCN)

 



Reserva Natural

Reserva Natural (Categoria I - IUCN)



Área de terra ou mar sem modificações ou com pequenas modificações pela acção humana, que mantêm o seu carácter natural e influência, sem presença ou com pouca presença humana e que é protegida e gerida de maneira de forma a preservar a sua condição natural.

2. Biscoito da Ferraria e Pico Alto
3. Terra Brava e Criação das Lagoas






Monumento Natural

Monumento Natural (Categoria III - IUCN)


A classificação de um Monumento Natural tem como objetivos de gestão a proteção, conservação e manutenção dos elementos naturais singulares em presença, bem como a promoção de oportunidades, de pesquisa, de educação, de interpretação e de apreciação pública.






Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies

Área Protegida para a Gestão de Habitats ou Espécies (Categoria IV - IUCN)


Área de terra ou mar sujeita a medidas ativas de gestão e intervenção com propósitos de gestão para preservar a manutenção de habitats ou para satisfazer objectivos e necessidades específicos de conservação de determinada espécie ou espécies.

3. Matela
4. Biscoito da Fontinha
6. Planalto Central e Costa Noroeste
7. Pico do Boi




Área de Paisagem Protegida

Área de Paisagem Protegida (Categoria V - IUCN)


A Área Protegida onde a interacção entre as pessoas e a natureza ao longo do tempo produziu uma área de carácter distinto com significantes valores ecológico, biológico, cultural e paisagístico, e onde a salvaguarda da integridade desta interacção é vital para proteger e manter a área e a conservação da natureza associada e outros valores.
Tem como objectivos principais, a protecção e manutenção de importantes paisagens terrestres e/ou marinhas, a conservação da natureza associada e outros valores criados por meio de interacções com os seres humanos, através de práticas tradicionais de gestão.






Área Protegida de Gestão de Recursos (Categoria VI – IUCN)


Área que contém predominantemente sistemas naturais sem modificação, geridos para garantir a protecção a longo prazo, a manutenção da biodiversidade e manter um fluxo sustentável de produtos e serviços necessários para satisfazer de forma sustentável as necessidades socioeconómicas das regiões circundantes.






Fonte (texto e mapas):  Parque Natural da Terceira
 

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Vulcão dos Cinco Picos

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O estrato-vulcão dos Cinco Picos é um aparelho vulcânico de grandes dimensões e actualmente desmantelado. Situado a Leste da ilha, apresenta altitude máxima de 500 m. O diâmetro desta caldeira é de cerca de 7 km, aferido a partir do bordo NE, que corresponde à Serra do Cume e do bordo SW, que corresponde à Serra da Ribeirinha.






Na zona interior da caldeira, relativamente plana, destacam-se alguns aparelhos secundários de onde ocorreram derrames lávicos  que se dispuseram em direcção à costa através da abertura localizada a SE das referidas Serras.

A actividade subaérea deste vulcão terá ocorrido durante o pliocénico médio (aponta-se para +/- 3,5 milhões de anos)  dando origem à emergência da ilha, que não é mais do que a fracção emersa de uma montanha submarina, formada pela acumulação de depósitos vulcânicos. 

Terá evoluído como um grande vulcão em escudo, tendo depois entrado num período de maior explosividade, com emissão de pedra pomes de queda e ocorrência de escoadas piroclásticas que deram origem a alguns dos mais antigos ignimbritos da ilha Terceira. 

Datações de K/Ar, levadas a efeito por Feraud et ai. (1980) em lavas próximas do topo da Serra do Cume, apontaram para uma idade de 300.000±100.000 anos, o que faz pressupor que a caldeira dos Cinco Picos se terá formado posteriormente a esta idade (Nunes, 2000b). O processo de formação da caldeira é controverso: enquanto que para alguns a depressão resulta de uma imponente caldeira de colapso, formada durante um período de intensa actividade explosiva (Serf,1974), para outros a depressão dos Cinco Picos tem origem num processo de rifting associado, provavelmente, à actividade do Rift da Terceira (Lloyd e Collis, 1981).

Serra do Cume - vista da Praia da Vitória
Serra da Ribeirinha - vista de Angra do Heroísmo



Referências:
1 - TeseDoutoramentoPauloCustodioPiresAntunes2009

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Ilhas efémeras #2

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Após uma noite de chuvas intensas parte da ilha é devolvida ao mar, de onde um dia emergiu.





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Anoitece

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Amanhece

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Abril

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Myosotis







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Euphorbia azorica Seub. (EUPHORBIACEAE) - Erva-leiteira

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Faixa Vulcânica Fissural

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A Faixa Vulcânica Fissural é uma estrutura vulcânica, alongada, que se desenvolve ao longo de um eixo central da Terceira, desde a área da Serreta (a NW) às áreas de Porto Judeu-Fonte do Bastardo (a SE) recortando o interior de Guilherme Moniz, o sul de Pico Alto e o troço central da Caldeira da Serra do Cume. (ver)




Apresenta uma zona axial com cerca de 2 Km de largura, definida pela concentração dos centros emissores.





O segmento activo deste sistema vulcânico situa-se na região central da ilha, onde se observam diversos alinhamentos de orientação NW-SE a WNW-ESE definidos pela presença de falhas, fracturas e centros monogenéticos de natureza traquítica (s.l.) e/ou basáltica (s.l.).







Mistérios Negros - Domos traquíticos
Pico da Bagacina - Cone de escórias basálticas
Pico Gordo - Cone de escórias basálticas
Pico da Carreirinha - Cone de escórias basálticas
Pico Gaspar - Cone de escórias basálticas
Furnas do Enxofre - fumarolas





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Praia da Vitória

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A cidade da Praia da Vitória está situada à beira-mar, numa grande planície denominada de Ramo Grande, rodeada por um lado pela Serra do Facho e por outro pela Serra do Cume.


Vista parcial

Foi aqui que se instalou  Jácome de Bruges,  primeiro Capitão do donatário, da ilha Terceira.
A Praia foi assim sede da capitania da Terceira, desde o  início do seu povoamento  até 1474, ano em que a ilha foi dividida em duas capitanias, por via do desaparecimento do donatário. A capitania da Praia foi então entregue a Álvaro Martins Homem, tendo-se desenvolvido graças à cultura do pastel e do trigo. Foi elevada a Vila, sede de Concelho, em 1480, tendo durante os séculos XV e XVI dado um contributo  importante para a  riqueza e economia da ilha.



Em 1614, sofreu enormes danos com  intensas crises sísmicas de origem tectónica, que ficaram conhecidas por Caída da Praia, ou Queda da Praia.


Monumento do Imaculado Coração de Maria
Miradouro do Facho

A 11 de Agosto de 1829, aqui se travou a batalha da baía da Praia, com a derrota dos absolutistas, tendo-lhe por reconhecimento  régio sido atribuídos os títulos de "Mui Notável" e "da Vitória".


Em 1841 foi novamente destruída pela 2ª Caída Praia e a 20 de Junho de 1981, foi elevada à categoria de cidade, mantendo a designação de Vila da Praia da Vitória até 1983.



Foi berço de  um dos seus mais notáveis escritores portugueses, Vitorino Nemésio.




Marina



A sua baía abriga um extenso areal e a sua Marina proporciona excelentes condições para a prática de desportos náuticos como a vela,  esqui aquático, motonáutica, pesca desportiva, mergulho subaquático, whale watching entre outros.





Porto Oceânico


É ainda na baía que se situa o Porto Oceânico, com um molhe de 1.400 metros, junto ao qual se encontra o Parque Industrial da ilha.








 
Perto desta cidade encontra-se o Aeroporto das Lages, conhecido como Base Aérea das Lajes por ser simultaneamente Base Militar portuguesa e Norte Americana. 




Câmara Municipal








Rua de Jesus





(Ver: http://www.inventario.iacultura.pt/terceira/praiavitoria/index.html)

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