As Ilhas efémeras

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Pico Faial,  Flores e Corvo.
....Graciosa....
...S.Jorge...
...Terceira...
S.Miguel e Sta Maria

É como me lembro de ter aprendido na escola o nome das 9 ilhas dos Açores. Não sei se a cadência foi criada por mim, talvez lhe tenha dado um tom musical para ser mais fácil de decorar,  mas não é muito elucidativa da localização das ilhas nos grupos.
Isto já foi há alguns anos...mas se mais alguns fossem, e teríamos de retroceder até 1811, teria aprendido que haviam 10 ilhas nos Açores. É verdade, e se percorrêssemos a escala do tempo, teríamos mais e/ou menos ilhas para contabilizar.


As Ilhas efémeras

Entre Janeiro e Fevereiro de 1811, começou a sentir-se uma crise sísmica que afectou as povoações do extremo sudoeste da ilha de São Miguel, com destaque para a freguesia dos Ginetes, com emissão de gases no mar, frente à Ponta da Ferraria. Em Maio e Junho daquele mesmo ano, a actividade sísmica manifestou-se de novo, fazendo ruir rochedos e arruinando muitas casas. A 10 de Junho de 1811,  a cerca 5 Km da costa, surgiu uma nova ilha, com cerca de 2 km de perímetro e que chegou a atingir perto de 100 metros de altura. Foi baptizada pelos locais de "Ginete", devido à proximidade com a freguesia com o mesmo nome.

Erupção da Ilha Sabrina - imagem daqui
Em 1811,  a Europa encontrava-se  a braços com as Invasões Francesas, a família real Portuguesa encontrava-se refugiada no Brasil, e os britânicos eram nossos aliados. E aconteceu que um navio britânico de nome HMS Sabrina, que possivelmente se encontrava em missão de patrulhamento na região dos Açores, avistou a recente ilha. O seu comandante resolveu reclamá-la para a coroa britânica, e lá desembarcou a 4 de Julho, hasteou a bandeira, declarou a soberania britânica e baptizou a nova ilha de Sabrina, tal como o nome do seu navio. Ora isto desencadeou um curto incidente diplomático entre os dois países, pois Portugal não estava em condições de grandes reclamações e dependia da ajuda da coroa britânica. Só que em Outubro de 1811, quatro meses depois de aparecer, a ilha Sabrina desapareceu, destruída pela erosão marinha, deixando um baixio na zona onde antes estivera o cone. Ficou assim resolvido o incidente, pois não se pode reclamar território que não existe.






Banco D. João de Castro no Google earth


O banco D. João de Castro é um aparelho vulcânico submarino que se localiza entre as ilhas Terceira e S. Miguel, nas coordenadas geográficas 38° 14' 0" N e 26° 38' 0" W. A sua última grande erupção ocorreu em Dezembro de 1720 e formou uma ilha sensivelmente circular, com cerca de 1,5 km de diâmetro e 250 metros de altura.  A erosão marinha depressa a reduziu consideravelmente, e em 1722  a ilha tinha desaparecido.






Ilhéus das Formigas - imagem daqui


Os Ilhéus das Formigas, formados essencialmente por escoadas de basalto interrompidas por veios calcários, têm idade aproximada da ilha de Santa Maria  (+/- 8 milhões de anos), a mais antiga dos Açores. São o que resta de um vulcão e do que,no passado, terá sido uma ilha.







Ilha do Corvo - imagem daqui

A Ilha do Corvo, a mais pequena dos Açores, corresponde a um vulcão que começou a emergir há cerca de 730 mil anos, e cujo cone central teria alcançado cerca de 1 000 metros de altitude.  O colapso da cratera terá ocorrido há 430 mil anos. Aliada à erosão marinha, a ilha enfrenta erosão provocada pelos ventos dominantes de nordeste e oeste, apresentando já um cenário em que a vertente oeste da caldeira se encontra em contacto directo com a arriba costeira. Assim, a ilha já terá tido maiores dimensões do que tem hoje e será uma questão de tempo até que desapareça.


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